E no entanto – como colocou Cornelius Castoriadis – o problema da
condição contemporânea de nossa civilização moderna é que ela
parou de questionar-se. Não formular certas questões é
extremamente perigoso, mais do que deixar de responder às questões
que já figuram na agenda oficial; ao passo que responder o tipo
errado de questões com frequência ajuda a desviar os olhos das
questões realmente importantes. O preço do silêncio é pago na
dura moeda corrente do sofrimento humano. Fazer as perguntas certas
constitui, afinal, toda a diferença entre sina e destino, entre
andar à deriva e viajar. Questionar as premissas supostamente
inquestionáveis do nosso modo de vida é provavelmente o serviço
mais urgente que devemos prestar aos nossos companheiros humanos e a
nós mesmos (Z.B. 1999).