sábado, 18 de dezembro de 2010

Funcionalismo

FUNCIONALISMO. Sustenta que a sociedade é um sistema complexo cujas diversas partes trabalham conjuntamente para produzir estabilidade e solidariedade. De acordo com essa abordagem, a disciplina de sociologia deveria investigar a relação das partes da sociedade umas com as outras e com a sociedade como um todo. Podemos analisar as crenças e os costumes religiosos de uma sociedade, por exemplo, mostrando como eles se relacionam com outras instituições dentro da sociedade, pois, as diferentes partes de uma sociedade se desenvolvem em relação íntima umas com as outras.
Estudar a função de uma prática ou instituição social é analisar a contribuição que essa prática ou instituição dá para a continuação da sociedade. Com frequência, os funcionalistas, incluindo Comte e Durkheim, usaram uma analogia orgânica para comparar a operação da sociedade com aquela de um organismo vivo. Eles assinalaram que as partes da sociedade trabalham juntas, da mesma forma que as várias partes do corpo humano, para o benefício da sociedade, como um todo. Para estudar um órgão corporal como o coração, precisamos mostrar como ele se relaciona com outras partes do corpo. Ao bombear sangue através do corpo, o coração desempenha um papel vital na continuação da vida do organismo. De forma semelhante, analisar a função de um item social significa mostrar a parte que ele representa na existência continuada e na saúde de uma sociedade.
O funcionalismo enfatiza a importância do consenso mora para se manter a ordem e a estabilidade na sociedade. O consenso moral existe quando a maioria das pessoas na sociedade compartilha os mesmos valores. Os funcionalistas vêem a ordem e o equilíbrio como o estado normal da sociedade – esse equilíbrio social é baseado na existência de um conselho moral entre os membros da sociedade. Por exemplo, Durkheim acreditava que a religião reafirma a adesão das pessoas a valores sociais essenciais, responsável pela manutenção da coesão social.
[…] Uma crítica comum ao funcionalismo é a de que ele enfatiza desnecessariamente fatores que conduzem à coesão, às custas daqueles que produzem divisão e conflito. O enfoque na estabilidade e na ordem significa divisões ou desigualdades na sociedade – baseadas em fatores como classe, raça e gênero - estão minimizadas. Há igualmente menor ênfase no papel da ação criativa social dentro da sociedade. Tem parecido a muitos críticos que a análise funcional atribui às sociedades qualidades que elas não possuem. Os funcionalistas frequentemente escreveram como se as sociedades tivessem “necessidades” e “propósitos”, ainda que esses conceitos fizessem sentido somente quando aplicados a seres humanos (GIDDENS).

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